Aves selvagens que vivem perto de humanos levam bactérias com resistência antimicrobiana, aponta uma pesquisa liderada pelo Instituto Ineos Oxford para estudo antimicrobiano da Universidade de Oxford e publicado nesta quarta-feira (14) no periódico Current Biology (Cell Press).
Isso, segundo os estudiosos, cria uma necessidade urgente para que formuladores de políticas e serviços de saúde considerem as diferentes maneiras pelas quais bactérias resistentes a antibióticos podem se espalhar, fora dos ambientes hospitalares.
O trabalho analisou 700 amostras de bactérias retiradas dos intestinos de 30 espécies de pássaros selvagens em oito países (Canadá, Finlândia, Itália, Lituânia, Japão, Suécia, Reino Unido e Estados Unidos), com foco na presença da bactéria Campylobactor jejuni, patógeno onipresente em aves como parte natural de seu microbioma intestinal, e uma das principais causas de gastroenterite humana.
Em geral, seria esperado que cada ave selvagem abrigasse uma única cepa de C.jejuni, específica daquela espécie. No entanto, a equipe de estudiosos descobriu que as aves selvagens que vivem em ambientes urbanos contêm muito mais estirpes de C.jejuni do que aquelas que vivem longe dos humanos.
Além disso, as estirpes bacterianas achadas em aves urbanas continham cerca de 3 vezes mais genes conhecidos por resultarem em resistência antimicrobiana.
A resistência antimicrobiana (AMR, na sigla em inglês) é causada em grande parte pelo uso excessivo de medicamentos como antibióticos entre humanos e animais de criação.
“A AMR é um problema complexo que afeta não apenas a saúde humana, mas também os animais e o meio ambiente. As aves selvagens têm potencial para transferir a AMR por longas distâncias para o gado criado para consumo de carne e animais de estimação”, disse Samuel Sheppard, líder de Microbiologia Digital e Bioinformática do IOI, em comunicado.
A estudiosa acrescentou que essa questão pode ter implicações econômicas para a agricultura, o bem-estar animal e a segurança alimentar. “Há uma necessidade urgente de entender como a atividade humana está influenciando a disseminação de doenças zoonóticas e AMR.”
Os estudiosos destacaram ainda que animais que vivem em áreas urbanas são expostos a várias fontes de bactérias resistentes, como rios contaminados com águas residuais e aterros sanitários, e podem desempenhar um papel na disseminação dessas bactérias para humanos.
É preciso considerar também, diz a pesquisa, que à medida que as populações humanas continuam a crescer, a urbanização perturba o ambiente existente, bem como os animais que vivem lá, levando ao aumento do contato entre humanos e bichos selvagens.
“Nossa pesquisa destaca a necessidade de uma ação global coordenada que considere a conservação da vida selvagem, a saúde pública e a agricultura, para limitar os impactos de longo alcance da AMR”, completou Sheppard.
Fonte: umsoplaneta.globo.com
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