Independente, Taara deixa o Google

A Taara está se desvinculando da Alphabet, o conglomerado que controla o Google. A empresa que tem como projeto levar internet para locais remotos através de uma tecnologia de feixes de luz se tornará independente.

Apesar da diferença na abordagem, a companhia é vista como rival da Starlink, de Elon Musk.

Eric Teller, líder de projetos no Google X (que agora se chama apenas ‘X’), acredita que a desvinculação poderá levar a empresa a evoluir mais rapidamente como negócio. Para ele, há muitos benefícios em estar fora da membrana da Alphabet:

 “Eles serão capazes de se conectar rapidamente ao capital de mercado, atrair investidores estratégicos e, em geral, serão capazes de escalar mais rápido dessa forma”, complementou Teller.

Atualmente, a Taara tem duas dezenas de funcionários e já opera em 12 países. A tecnologia da empresa transmite os dados de navegação através de um feixe de luz muito estreito que viaja entre dois terminais, que têm tamanho aproximado ao de um semáforo.

Estes terminais são acoplados em lugares altos, como torres, e precisam ficar apontados um para o outro, sem a presença de obstáculos. O sinal pode transmitir até 20 gigabits por segundo por distâncias de até 20 km. Ainda no mês passado, a companhia divulgou que havia desenvolvido um chip muito mais compacto para a tecnologia, sob a expectativa de lançar a versão final ainda em 2026.

Com um funcionamento que lembra a própria internet de fibra, mas sem cabos, a solução da Taara pode ser especialmente útil para locais de difícil acesso, como áreas rurais ou locais muito afastados de centro urbanos. Seus terminais são mais baratos e rápidos de instalar do que a própria fibra.

Sob todas essas premissas, a tecnologia da empresa é vista como uma rival direta da Starlink para algumas situações – apesar da abordagem completamente diferente. Em entrevista ao portal Wired, o fundador do projeto, Mahesh Krishnaswamy, afirma: “podemos oferecer 10, se não 100 vezes mais largura de banda para um usuário final do que uma antena típica Starlink, e por uma fração do custo”.

Contudo, a empresa de Elon Musk ainda pode ser a mais viável em outras várias situações, como a de veículos em movimento, a exemplo de aviões ou embarcações no meio do oceano.

Agora independente, a Taara surgiu de outro projeto do X (nesse caso, o do Google). Seu percursor, Loon, tinha como proposta disparar lasers a partir de balões voando na estratosfera, a 32 km de altitude. No entanto, em 2021, o projeto foi considerado inviável e encerrado. Os lasers do Loon foram então reaproveitados nas torres do Taara.

Fonte

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