
Uma equipe da Universidade de Michigan alcançou um marco histórico na neurotecnologia: pela primeira vez, foi possível registrar sinais do cérebro humano com um implante cerebral totalmente sem fio, em um teste que pode transformar a vida de pessoas com paralisia, distúrbios motores ou perda da fala.
O procedimento ocorreu em 14 de maio de 2025, durante uma cirurgia de epilepsia, em que os cirurgiões já teriam acesso ao cérebro do paciente. A equipe implantou temporariamente o Connexus, dispositivo criado pela empresa Paradromics, na região do lobo temporal — área essencial para memória e percepção auditiva — e conseguiu captar com sucesso os sinais elétricos dos neurônios humanos.
Pequeno, poderoso e sem fios
Com o tamanho menor que uma moeda de dez centavos e equipado com 421 microeletrodos, o Connexus se diferencia dos modelos anteriores por sua alta resolução e por ser completamente implantável. Enquanto outras interfaces cérebro-computador (BCIs) exigem fios ou monitoram grupos de neurônios, o Connexus coleta sinais de neurônios individuais, o que pode permitir traduções mais rápidas e precisas de pensamentos em ações — como mover um cursor, controlar dispositivos ou até gerar fala sintetizada.
Os sinais captados viajam por um fio interno até um transceptor implantado no tórax. De lá, as informações são enviadas sem fio a um computador externo, onde algoritmos de inteligência artificial interpretam os dados. O objetivo de longo prazo é alcançar a velocidade natural da fala humana, cerca de 130 palavras por minuto — algo ainda inalcançado com os dispositivos atuais.
Aplicações clínicas e um futuro mais autônomo
Além do impacto direto em pessoas com deficiências motoras ou de fala, a tecnologia também poderá ser usada no futuro para interpretar sinais neurais relacionados a emoções, dores crônicas e condições psiquiátricas.
“Esse é um ponto de virada na área de interfaces neurais”, disse o Dr. Matthew Willsey, neurocirurgião responsável pelo implante.
“Estamos desenvolvendo um sistema que, um dia, poderá permitir que pacientes com doenças neurológicas sem tratamento voltem a se comunicar com o mundo.”
Com apoio da FDA, a equipe da Universidade de Michigan já lidera um ensaio clínico independente voltado para restaurar a fala e os movimentos em pessoas com deficiências severas. A experiência com o Connexus reforça a viabilidade de procedimentos seguros e menos invasivos, utilizando ferramentas já familiares a neurocirurgiões de todo o mundo.
O avanço integra um esforço global que inclui empresas como Neuralink e Synchron, cada uma explorando estratégias distintas para desenvolver BCIs mais eficazes, acessíveis e duráveis. A Paradromics, por sua vez, se destaca ao unir alta performance e durabilidade, com testes em animais mostrando estabilidade dos sinais por mais de dois anos e meio.
Com mais de US$ 2 bilhões investidos na área, a corrida por tecnologias capazes de traduzir pensamentos em ação não é mais ficção científica — é uma realidade cada vez mais próxima.
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