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Você já ouviu falar nos “cogumelos mágicos” e seu efeito psicotrópico? E o que é psilocibina, você sabe?
Pertencentes ao reino dos fungos, o efeito alucinógeno causado por esses cogumelos – do gênero Psilocybe – se deve a uma substância psicoativa chamada psilocibina.
O uso da psilocibina para tratar diferentes doenças já foi apontado em estudos no mundo todo. Mas as civilizações mais antigas, que existiam há milhares de anos, já utilizavam esses cogumelos como instrumento medicinal e em rituais religiosos.
Tal substância, bem como seu valor terapêutico, vem sendo estudada pela comunidade médica e científica desde os anos 1960.
Devido às consecutivas proibições relacionadas ao uso e à manipulação da psilocibina a partir da década de 1970, foi apenas anos mais tarde que os estudos sobre esse psicotrópico foram retomados.
Somente em 2006 uma pesquisa científica conseguiu concluir que a psilocibina é segura e tem potencial de melhorar significativamente as condições que afetam o bem-estar de quem consome controladamente a substância.
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Psilocibina: o que é?
Podemos definir o que é psilocibina como uma substância psicoativa presente em cogumelos (mais de 100 espécies) que fazem parte do gênero Psilocybe.
Trata-se de um alcaloide (substâncias derivadas especialmente de plantas), cuja estrutura molecular se assemelha à da serotonina – neurotransmissor que você deve conhecer como “hormônio da felicidade” -, principalmente em sua forma desfosforilada (psilocina).
A psilocibina é um enteógeno. Ou seja, é uma substância capaz de promover alterações nos sentidos e percepções, induzindo nossa mente a um estado de êxtase, podendo trazer sinais e sintomas como alucinações, alteração de realidade etc.
A psilocibina caracteriza-se por seu efeito alucinógeno e pelas distorções sensoriais que ela causa nos indivíduos que ingerem essa substância – do pânico ao bem-estar e à felicidade.
Acredita-se que o consumo da psilocibina, por meio dos cogumelos Psilocybe, data de mais de 3.000 anos.
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Qual a origem da psilocibina?
Apesar de estudos sobre a psilocina e seus efeitos psicotrópicos terem iniciado na década de 1960, essa substância já era usada pelos povos astecas e maias da América Central.
Essa população utilizava os cogumelos Psilocybe para fins medicinais e os apelidavam de “carne dos deuses”.
Na Guatemala, existem evidências arqueológicas que comprovam o uso da psilocibina pelos maias. Foram encontradas pequenas estátuas em formato de cogumelo na região.
Aqui no Brasil, além de cogumelos do gênero Psilocybe, espécies pertencentes a outros gêneros (Panaeolus e Pluteus) também podem ser encontradas. Por sinal, os efeitos alucinógenos são semelhantes aos da psilocina.
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Qual é a aplicação clínica da psilocibina?
Assim como faziam os maias e astecas há mais de 3.000 anos, a psilocibina é utilizada hoje em dia para fins medicinais e terapêuticos.
A aplicação clínica dessa substância é bastante comum no tratamento de distúrbios e transtornos psiquiátricos relacionados à personalidade, humor, esquizofrenia, ansiedade, enxaqueca crônica e depressão.
Pacientes com Transtorno Obsessivo Compulsivo (TOC) também podem obter melhorias no quadro clínico com o uso da psilocibina.
No Brasil, o uso medicinal da psilocibina e da psilocina – sua forma desfosforilada – é autorizado pela Anvisa pela Portaria 344, de 1998, desde que se obtenha a Autorização Especial da Secretaria de Vigilância Sanitária do Ministério da Saúde.
A psilocibina é aplicada também em conjunto com a psicoterapia como forma de potencializar os resultados desta última.
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Psilocibina no tratamento da dependência química
Existem estudos sendo conduzidos no Brasil que buscam avaliar a eficácia da psilocibina no tratamento da dependência química, alcoolismo, tabagismo e crack.
Um desses estudos pertence ao Programa de Orientação e Atendimento a Dependentes, da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).
Em entrevista para a BBC, o pesquisador e coordenador do Programa, Renato Filev, disse:
“No exterior já há diversos estudos apontando a eficácia de psilocibina nesse tratamento, mas queremos testá-la no Brasil, pois o vício também é um fenômeno social e local”.
Ainda nessa matéria, Filev explica que acredita no potencial que a psilocibina e outras substâncias “psicodélicas” têm de transformar comportamentos problemáticos.
Segundo as experiências observadas pelo pesquisador, pessoas usuárias frequentes de drogas lícitas e ilícitas perderam a vontade de usar esses entorpecentes após passarem por algumas sessões de terapia com a psilocibina.
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Psilocibina no combate à depressão
Além de alcoolismo, tabagismo e dependência química, vários estudos vêm sendo conduzidos com o objetivo de entender os efeitos da psilocibina no tratamento de quadros de depressão, ansiedade e outros distúrbios relacionados à saúde mental.
Um desses estudos foi publicado em 2016 no Journal of Psychopharmacology, que concluiu:
No acompanhamento de 6,5 meses, a psilocibina foi associada aos efeitos ansiolíticos e antidepressivos duradouros (aproximadamente 60-80% dos participantes continuaram com reduções clinicamente significativas na depressão ou ansiedade), benefícios sustentados no sofrimento existencial e na qualidade de vida.
Houve também um aumento do “bem-estar espiritual” entre os participantes da pesquisa. No caso, o bem-estar espiritual está ligado diretamente ao propósito de vida, quando encontramos algo ou achamos o significado da existência.
Outro estudo ajuda a corroborar os resultados que acabamos de citar. Conduzida pelo professor David Nutt, do Centro de Pesquisa Psicodélica do Imperial College de Londres, a pesquisa revelou que a psilocibina tem o poder de “libertar” o cérebro dos pacientes.
Na ocasião, 60 pessoas participaram do estudo, que demonstrou que a psilocibina é capaz de tratar a depressão como nenhum outro medicamento.
O potencial antidepressivo dessa substância é tamanho que apenas uma ou duas doses são capazes de produzir os mesmos efeitos de medicamentos que são administrados diariamente. Tais efeitos chegaram a durar até 3 semanas; houve também melhora do humor dos participantes por meses.
Em uma matéria para a BBC, Nutt disse: “isso apoia nossas previsões iniciais e confirma que a psilocibina pode ser uma abordagem alternativa real para tratamentos de depressão”.
No entanto, o pesquisador reconheceu que mais pesquisas precisam ser feitas para confirmar os resultados obtidos. Ele ainda alerta que pacientes diagnosticados com depressão não devem fazer uso de psilocibina sem recomendação e acompanhamento médico.
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Quais são os efeitos da psilocibina?
Para que você entenda melhor o que é psilocibina, vale a pena explicarmos como essa substância age no corpo e os efeitos que ela pode gerar no nosso organismo.
Quando a gente ingere a psilocibina, ela passa por um processo de hidrólise e é transformada em psilocina. Esta, como já pontuamos aqui, apresenta uma estrutura molecular que se assemelha ao “hormônio da felicidade” serotonina. Isso já dá uma ideia de como esse enteógeno age no nosso sistema nervoso.
Por ser molecularmente semelhante à serotonina, ela ativa as respostas que esse neurotransmissor costuma ativar. Porém, as respostas são exponencialmente maiores, gerando alucinações e distorções sensoriais.
Os receptores que “confundem” o neurotransmissor serotonina com a psilocibina estão presentes em todo o nosso sistema nervoso central. Contudo, grande parte deles se concentra numa região chamada córtex pré-frontal.
Essa é uma área que, basicamente, controla o humor, a capacidade cognitiva e a maneira com que percebemos o nosso redor.
Pois bem. Uma vez no organismo, a psilocibina potencializa os estímulos nessa região do cérebro. Por isso, a pessoa sob efeito dessa substância fica em um estado de euforia mais acentuado, ao mesmo tempo que pode experimentar algumas alucinações.
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Em quanto tempo a psilocibina começa a fazer efeito?
De modo geral, a psilocibina pode começar a fazer efeito no organismo entre 15 e 45 minutos após a ingestão desse psicotrópico.
A duração dos efeitos da psilocibina no organismo pode variar entre 4 e 12 horas.
As reações a essa substância alucinógena podem variar de acordo com o indivíduo e também da dose ingerida.
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De que outras formas é possível reagir à psilocibina?
Além das alucinações e das alterações no humor, a psilocibina pode desencadear outras reações no organismo.
Algumas pessoas podem experimentar certo desconforto gástrico e vômito, além de tontura leve ou moderada. A noção de espaço também pode ser afetada com o uso dessa substância, incluindo um eventual descolamento total com a realidade.
Os casos de intoxicação são raros, acidentais e com nível de gravidade baixo na maioria das vezes.
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Como cortar os efeitos da psilocibina?
Caso você faça uso de psilocibina e se sinta muito incomodado com os efeitos dessa substância, saiba que não existe um “antídoto” para cortar a ação do psicotrópico no organismo. O que você pode fazer é tratar os sintomas da psilocina, procurando por atendimento médico para que haja monitorização até que os efeitos passem.
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A psilocibina causa dependência?
Devido aos efeitos de euforia, felicidade e bem-estar que a psilocibina pode gerar no nosso organismo, é comum que surjam dúvidas sobre o potencial que essa substância tem de gerar algum tipo de dependência.
Diferentemente de outras substâncias psicotrópicas – ou seja, que agem no sistema nervoso central – a psilocibina não vicia.
Não existe nenhum caso documentado, estudos ou relatos oficiais que comprovem uma dependência dessa substância.
Porém, o que pode acontecer é seu organismo desenvolver certa tolerância à psilocina. Na prática, isso significa que, para obter os mesmo efeitos desejados, será necessário ingerir doses maiores da substância.
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Psilocibina: onde encontrar?
Se você chegou até aqui na sua leitura, então já deve saber que a principal fonte de psilocibina são os cogumelos do gênero Psilocybe.
Aqui em território brasileiro, a espécie mais comum de cogumelo na qual há a presença de psilocibina é a Psilocybe cubensis.
Essa espécie de cogumelo cresce em regiões de floresta tropical com solo bastante úmido.
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3 cogumelos que contém psilocibina
Como você já bem sabe, a psilocibina é uma substância alucinógena presente em cogumelos do gênero Psilocybe. A principal espécie de cogumelo em que é possível encontrar essa substância é a Psilocybe cubensis.
Porém, existem outras espécies de cogumelos das quais você consegue extrair a psilocibina. Confira abaixo quais são elas.
1 – Copelandia cyanescens
Depois da Psilocybe cubensis, esta é a espécie de cogumelo em que é mais fácil encontrar psilocibina.
O cogumelo da espécie Copelandia cyanescens é popularmente chamado de “cogumelo havaiano”. Esse enteógeno contém, além da psilocibina, a triptamina – que é outro tipo de alcaloide.
O Copelandia cyanescens se caracteriza por um cabeça branca e por sua haste longa e fina. Costuma crescer em meio a esterco.
2 – Psilocybe silvatica
Outro cogumelo que possui a psilocibina como seu principal composto ativo é o da espécie Psilocybe silvatica.
De coloração castanho escuro, com alguns tons de verde oliva, o Psilocybe silvatica foi descoberto na região nordeste do Estado Unidos – estando presente também na região noroeste banhada pelo Oceano Pacífico.
Esse cogumelo é mais comum em áreas de floresta e bosques.
3 – Pholiotina cyanopus
Descrito pela primeira vez em 1918, o cogumelo da espécie Pholiotina cyanopus possui uma cor bronzeada e costuma habitar regiões de clima temperado da Ásia, da América do Norte e da Europa.
Seu “chapéu” apresenta uma textura lisa e coloração acanelada. As hastes são finas e esbranquiçadas. Sua alimentação vem de matéria em decomposição.
Além da psilocibina, essa espécie de cogumelo contém a baeocistina e a norbaeocistina.
E então, gostou de saber mais sobre o que é psilocibina e suas possibilidades de aplicação clínica?
Como você pôde conferir, o uso dessa substância para o tratamento de doenças, como depressão, ansiedade, alcoolismo e outros transtornos de saúde mental, ainda é muito experimental.
Por isso, é importante que você não faça o uso deliberado de psilocibina ou de qualquer outra substância enteógena. Procure sempre um médico especializado para te dar as orientações sobre a melhor forma de tratar qualquer que seja seu quadro clínico.
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Fonte: Blog Memed
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Cristo é Lucifer!
dropei um lsd ontem…e até agora to na brisa…mas faz muito sentido com tudo que o mestre bob ensina aqui…a viagem é perigosa e interessante ao mesmo tempo! #luzpranos
Da hra mano, mas o lance do lsd é mais sintético.
Luz p’ra nós 🍎.
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Tive muitos desdobramentos com os cogus… só peia mas valeu a pena kk
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Gratidão 🙏
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Real ! Luz p´ra nós ☥ !!
Muito bom! Luz p’ra nós!
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