Trump diz que pode ordenar ataques contra cartéis de drogas da Venezuela

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou que pretende realizar operações militares contra cartéis de drogas sem aguardar uma declaração de guerra por parte do Congresso dos Estados Unidos.

Segundo ele, essas ações serão justificadas como parte de uma campanha para interromper o tráfico de substâncias ilícitas que entram no país — inclusive por vias terrestres.

Na prática, o governo norte-americano intensificou recentemente sua presença militar no Caribe, com navios de guerra, caças e submarinos nucleares envolvidos em operações de interdição de navios suspeitos de transportar drogas.

Trump afirmou: “Não acho que vamos necessariamente pedir uma declaração de guerra. Acho que simplesmente vamos matar pessoas que estão trazendo drogas para o nosso país”.

Especialistas jurídicos e alguns membros do Congresso questionam a legalidade da medida. O argumento é que, conforme a Constituição dos EUA, atos de guerra ou uso prolongado de força militar devem passar por autorização legislativa — algo que, nesta proposta, estaria sendo contornado.

De acordo com defensores da administração, a ação se enquadraria no conceito de “conflito armado não internacional” — categoria do direito internacional que não exige declaração formal de guerra entre Estados-nação, mas ainda assim exige critérios específicos que, segundo críticos, não se aplicam claramente aos cartéis.

O anúncio tem repercussão geopolítica: a Venezuela, cujas águas e costa foram citadas em recentes operações de interdição, reagiu com veemência, advertindo sobre risco de escalada militar na região.

Em resumo, a proposta de Trump representa uma mudança significativa na forma como o governo americano pretende combater o tráfico internacional de drogas — movendo-se de operações de interdição e aplicação da lei para uso mais explícito de força militar, sem o respaldo formal de guerra tradicional. O impacto dessa mudança ainda está por se desenrolar, tanto no âmbito doméstico — com o debate sobre os limites do poder executivo — quanto no exterior, com possíveis consequências diplomáticas e legais.

Fonte: cnnbrasil.com.br

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Matheus Noleto

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