Arquitetura – Técnicas e matéria – Parte 2

Salve EDL,

Esta é a parte 2 sobre Bioarquitetura,

Preservação ambiental

Uma das principais vantagens incontestáveis da bioarquitetura é a sua contribuição para a preservação ambiental. Além de minimizar o impacto ambiental durante a construção, essa abordagem se estende para o período de ocupação da residência pois promove a sustentabilidade contínua ao integrar soluções como o reaproveitamento da água da chuva e a produção de energia elétrica por meio de placas fotovoltaicas. Dessa forma, a casa não apenas reduz o consumo de recursos naturais, mas também colabora ativamente para a conservação do meio ambiente ao longo do tempo

Resgate histórico e cultural

Outro aspecto é a valorização da cultura e do regionalismo. As casas construídas dentro desse conceito absorvem muitas dessas características culturais, tanto em sua forma quanto em sua estrutura. Essa integração é evidente em cada projeto, ressaltando-se ainda mais quando comparada com diversas localidades ao redor do mundo.

É fascinante perceber esses traços históricos e culturais em cada construção, tornando-se ainda mais pronunciados quando contrastados com diferentes regiões globais. Uma casa biosustentável na África, por exemplo, apresenta características próprias e bastante distintas de uma biocasa na China. Essa diversidade ressalta não apenas a riqueza cultural do local, mas também a capacidade da bioarquitetura em se adaptar e incorporar os valores e as tradições de cada comunidade onde é aplicada.

Economia de recursos

Também apresenta vantagens significativas do ponto de vista financeiro. Embora o custo inicial possa ser ligeiramente mais elevado, cerca de 5% a mais do que uma construção convencional, a longo prazo revela-se uma opção muito mais econômica. Um dos motivos para isso é o aproveitamento eficiente dos recursos naturais, resultando em economias consideráveis, como no caso da energia elétrica. Além disso, a baixa necessidade de manutenção dessas residências, especialmente quando comparada às construções tradicionais, contribui para reduzir os custos ao longo do tempo.

Materiais e técnicas empregadas na bioarquitetura brasileira

A bioarquitetura é uma junção de diferentes técnicas e materiais. Elas mudam muito de lugar para lugar. Aqui no Brasil, entretanto, as mais populares são as seguintes:

Taipa

Existem dois tipos de técnicas construtivas baseadas na taipa, a taipa de pilão e a taipa de mão, conhecida também como pau a pique.

No Brasil, ambas são muito populares, sendo utilizadas há séculos na construção de moradias. A diferença entre elas reside na forma como são construídas.

A taipa de mão, também chamada de pau a pique, envolve a formação de vãos quadrados na parede, que são preenchidos com galhos e bambus. Essa técnica permite uma construção mais flexível e adaptável, além de proporcionar um visual rústico e acolhedor.

Por outro lado, a taipa de pilão emprega terra socada em um pilão, daí o nome, dentro de uma forma de madeira. Posteriormente, essa mistura compactada é usada como parede da casa. Esse método resulta em estruturas sólidas e duráveis, capazes de resistir às intempéries e proporcionar um excelente isolamento térmico e acústico.

Adobe

A técnica do adobe é amplamente utilizada na bioconstrução, especialmente em regiões com características climáticas e geográficas favoráveis, como é o caso do Brasil. Esse método construtivo baseia-se no uso de tijolos feitos de terra crua e palha, que são moldados manualmente e secos ao sol.

No contexto brasileiro, o adobe tem sido tradicionalmente utilizado em áreas rurais e semiáridas, onde os materiais naturais são abundantes e a disponibilidade de recursos é limitada. Essa técnica se destaca por sua sustentabilidade, pois não requer a queima de combustíveis fósseis para a produção dos tijolos, o que contribui para a redução da emissão de gases de efeito estufa.

Além disso, o adobe oferece excelentes propriedades térmicas, mantendo o interior das casas fresco durante o dia e aquecido durante a noite, o que é especialmente vantajoso em regiões de clima quente. Sua durabilidade e resistência também são notáveis, desde que o material seja adequadamente protegido da umidade.

Apesar de ser uma técnica antiga, o adobe tem ressurgido nos últimos anos como uma alternativa sustentável e econômica para a construção de moradias e edifícios eco-friendly no Brasil, contribuindo para a preservação do meio ambiente e o desenvolvimento de comunidades mais resilientes.

Tijolo ecológico

O tijolo ecológico é bastante semelhante ao adobe, com a diferença de que os tijolos ecológicos utilizam terra e cimento em sua composição, ao invés de terra e palha como no caso do adobe. Esses tijolos são considerados ecológicos pois dispensam a necessidade de queima durante o processo de secagem, sendo deixados para secar naturalmente.

Essa característica torna os tijolos ecológicos uma opção mais sustentável em comparação com os tijolos convencionais, que requerem altas temperaturas em fornos para sua produção, resultando em emissões significativas de carbono.

No contexto brasileiro, os tijolos ecológicos têm ganhado popularidade como uma alternativa viável e eco-friendly na construção civil. Eles oferecem não apenas benefícios ambientais, mas também possuem propriedades térmicas e acústicas semelhantes aos tijolos convencionais, tornando-os uma escolha atrativa para projetos de bioconstrução e sustentabilidade.