Ministro diz que programa pretende reduzir juros das dívidas de estados que investirem em educação profissionalizante.
O ministro da educação, Camilo Santana, afirmou que o programa Juros por Educação, iniciativa do governo federal que permite a redução de dívidas dos estados em troca de investimentos em ensino médio profissionalizante, será fundamental para impulsionar a economia e promover o desenvolvimento do país.
Durante evento realizado nesta terça-feira (7), em Brasília, o ministro falou sobre a necessidade de o Brasil retomar o diálogo federativo para ampliação dos investimentos na educação pública. Camilo Santana afirmou que a parceria com os estados possibilitará o crescimento do país.
“Aproveitar a redução dos juros dos estados e buscar elevar o país a patamares dos países da OCDE [Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico] é fundamental, são ganhos sociais e econômicos importantes para o Brasil e os estados brasileiros”, disse o ministro.
Como deve funcionar o programa
Divulgado em março, o programa Juros por Educação permite a renegociação das dívidas públicas dos estados, com a redução da taxa de juros, desde que o investimento seja voltado à expansão de vagas na educação profissionalizante.
Com isso, o governo federal almeja incentivar a formação profissional de jovens no ensino médio e contribuir para o aumento da produtividade da economia. A meta é alcançar mais de 3 milhões de matrículas até o final do ano de 2030.
Para ter direito a uma taxa de juros real de 3% ao ano, é necessário que o estado invista ao menos 50% da economia com a redução dos juros na criação e ampliação de matrículas. Já para a faixa que dá juros a 2,5% ao ano, será preciso aplicar pelo menos 75% da economia na ampliação.
De acordo com o governo federal, o saldo devedor acumulado dos estados chega a R$ 740 bilhões. Desse total, 90% provêm das dívidas dos estados do Rio de Janeiro, Minas Gerais, São Paulo e Rio Grande do Sul.
O Ministério da Fazenda espera que, entre 2025 e 2030, haja uma redução na taxa de juros reais vinculada à aplicação no ensino médio técnico. Os estados que atingirem as metas de matrículas em até seis anos terão redução permanente na taxa de juros.
E os outros estados com as contas em dia?
Enquanto o governo federal propõe a redução das dívidas dos estados em troca de investimentos em ensino profissionalizante, o governador da Paraíba, João Azevedo (PSB-PB), argumentou que é necessário incluir os estados com situação fiscal positiva e sólida.
Até o momento, a proposta inicial da Fazenda se concentra principalmente em agilizar os empréstimos concedidos a estados que não possuem uma dívida significativa com a União.
No entanto, o governador paraibano afirma que essa medida é insuficiente para os estados que já estão em conformidade com suas obrigações fiscais.
“Se você faz uma análise do programa, você vê que para os estados que não tenham dívidas, ou que tenham dívidas com o Estado, será permitido uma agilização dos empréstimos concedidos. Eu acho isso muito pouco para quem fez o dever de casa”, enfatizou.
Ao destacar a necessidade de considerar as peculiaridades de cada estado brasileiro, Azevedo ressaltou que apenas cinco a seis estados concentram a maior parte da dívida com a União. Ele defendeu que os estados bem administrados devem receber benefícios adicionais, alinhados com suas responsabilidades fiscais.
“Temos que pensar estado por estado, para que os organizados possam ter outro tipo de benefício”, finalizou.
Em resposta ao governador, Camilo Santana disse que a sua pasta estuda a viabilidade de uma complementação a esses estados — que apesar de não terem dívidas com a União, precisam fornecer condições melhores para que a meta de 37% de alunos matriculados seja atingida.
“É preciso ter um olhar para todos os estados. A gente está discutindo a possibilidade nesses estados de haver uma complementação por parte do Ministério da Educação de recursos para que cada estado possa atingir a meta de 37%. Nós só temos um estado no Brasil hoje, que é o Piauí, que atingiu a meta”, disse o ministro.
Metas
O governo espera que o programa leve o Brasil a alcançar a média dos países que compõem a OCDE. Ou seja, com 37% dos jovens de 15 a 19 anos matriculados no ensino médio.
O último relatório da OCDE, feito entre 2019 e 2020, indicou que os gastos com educação no Brasil recuaram, e que o custo por aluno no país é o terceiro pior entre 42 nações que fazem parte da lista.
O valor total dos investimentos na educação brasileira representa um pouco mais de um terço dos valores aplicados por países ricos. A pesquisa aponta que o Brasil investe US$ 4.306 por aluno, desde o ensino fundamental até a educação superior. Enquanto isso, os demais países que compõem a OCDE investiram, em média, US$ 11.560 — o que equivale a R$ 57,8 mil.
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Em 2021, o governo federal gastou R$ 1,96 trilhão com juros e amortizações da dívida pública, o que representa um aumento de 42% em relação ao valor gasto em 2020, que por sua vez já tinha sido 33% superior a 2019. Portanto, nos últimos dois anos, os gastos financeiros com a dívida federal quase dobraram. Apesar desses vultosos pagamentos, em 2021 a Dívida Pública Federal aumentou R$ 708 bilhões, tendo crescido de R$ 6,935 trilhões para R$ 7,643 trilhões. Assistimos a um verdadeiro saque das riquezas nacionais para alimentar o Sistema da Dívida, enquanto todos os outros investimentos necessários ao nosso desenvolvimento socioeconômico são deixados de lado, sob o falacioso argumento de que não haveria recursos. Recursos não faltam em nosso país! Além de cerca de R$ 5 trilhões em caixa houve “Superávit Primário” em 2021, no valor de R$ 64 bilhões. Mas todo esse dinheiro está reservado para o rentismo! O gráfico do Orçamento Federal Executado (pago) em 2021 evidencia o privilégio do Sistema da Dívida: A explosão do crescimento da Dívida Pública Federal em 2021 é explicada pelas seguintes razões:
1º) JUROS ELEVADOS Enquanto o mundo todo está praticando taxas de juros próximas de zero ou até negativas há anos, o custo médio da dívida divulgado pelo Tesouro Nacional em 2021 foi de 8,91% ao ano, custo bem mais elevado que a média da taxa básica de juros Selic, uma vez que a maior parte da dívida está indexada a outras taxas de juros bem superiores. Os juros consumiram bem mais que o valor de R$ 256 bilhões informado pelo governo no SIAFI a título de juros da dívida! Este valor está extremamente subestimado, o que se evidencia pela simples estimativa calculada pela multiplicação do estoque da dívida federal no final de 2020 (de R$ 6,935 trilhões) pela taxa média divulgada pelo Tesouro Nacional5 (8,91% a.a.), que resulta no valor estimado de no mínimo R$ 618 bilhões. Essa estimativa conservadora, que sequer considerou os juros decorrentes de novas dívidas surgidas em 2021, escancara a falta de transparência do governo em relação ao efetivo gasto com juros, o que reforça a urgente necessidade de realização da auditoria da dívida. O gasto com juros tem sido, historicamente, o principal fator de crescimento da dívida pública, e em 2021 a situação se tornou ainda mais grave diante da disparada da Selic pelo Banco Central, sob a falsa justificativa de “controlar inflação”.
2º) EMISSÃO EXCESSIVA DE TÍTULOS DA DÍVIDA PÚBLICA FEDERAL O volume total de operações de crédito realizadas pelo governo federal em 2021 (em sua imensa maioria resultantes da emissão de títulos públicos) alcançou o patamar exagerado de R$ 2,031 trilhões! Caso esse montante tivesse sido empregado em investimentos para o desenvolvimento socioeconômico do país, estaríamos vivenciando outra realidade! Essa montanha de dinheiro foi consumida da seguinte forma: – R$ 1,670 trilhões se destinaram aos gastos com juros e mecanismos financeiros da própria dívida; – R$ 307 bilhões ficaram parados no caixa do governo federal, aumentando o chamado “colchão de liquidez” que serve para dar garantias aos rentistas e deixar os bancos tranquilos de que o dinheiro para o pagamento dos próximos juros já se encontra armazenado em caixa. Para se ter uma ideia do absurdo que vivemos neste país, enquanto faltam recursos para garantir as necessidades básicas de grande parte da população que está nas ruas, vivendo de ossos e restos, e o governo alega diariamente que não há dinheiro para um auxílio emergencial para todos, corta investimentos em saúde, educação pesquisa etc., o saldo de dinheiro disponível na Conta Única do Tesouro Nacional ao final de 2021 atingiu R$ 1,736 TRILHÃO! – Apenas R$ 54 bilhões decorrentes da emissão de títulos da dívida foram destinados para áreas sociais, o que demonstra a falácia do argumento neoliberal, copiado por alguns outros economistas, no sentido de que a dívida pública estaria financiando áreas sociais como a Previdência Social por exemplo. Na verdade, no Brasil a dívida tem servido para SUBTRAIR recursos das áreas sociais: além de consumir praticamente todos os recursos advindos da emissão de novos títulos, ainda absorve recursos provenientes de outras fontes, que poderiam ser destinados a investimentos em áreas sociais. Conforme dados do próprio governo, R$ 291 bilhões dos gastos com a dívida em 2021 foram financiados com outras fontes de receita, tais como lucros do Banco Central (R$ 121 bilhões) e Royalties do Petróleo (R$ 41 bilhões). Esse elevado volume de Royalties do Petróleo destinado ao pagamento da dívida também revela o impacto direto do Sistema da Dívida na vida do povo, que sofre com o altíssimo preço do gás de cozinha e demais combustíveis, como diesel e gasolina, enquanto o lucro da Petrobras enriquece acionistas e a parcela destinada ao governo é consumida no gasto com a dívida.
3º) ATUAÇÃO DE MECANISMOS DO SISTEMA DA DÍVIDA Enquanto países desenvolvidos continuamente tomam empréstimos para investir na economia, gerando resultado em termos de desenvolvimento socioeconômico, geração de emprego e renda – no Brasil novos títulos têm sido sucessivamente emitidos para pagar juros e amortizações de dívidas anteriores, além de alimentar outros mecanismos do Sistema da Dívida. Além de não servir para financiar o nosso desenvolvimento socioeconômico, como já declarado inclusive pelo TCU, o Sistema da Dívida transfere sistematicamente renda e riqueza dos mais pobres para os muito ricos, acirrando a injustiça social e o atraso tecnológico. Dentre os mecanismos que alimentam o Sistema da Dívida no Brasil, sobressaem os operados pelo Banco Central e sua política monetária suicida, que consome centenas de bilhões de reais anualmente, responsável pela geração e crescimento exponencial de dívida ilegítima, devido às taxas de juros historicamente elevadas, à remuneração diária da sobra de caixa dos bancos, escandalosos contratos de swap, entre outros. Todos esses mecanismos “geram” dívida pública, ou seja, o seu estoque aumenta, mas o dinheiro não é empregado em investimentos de interesse da sociedade que vai pagar a conta da dívida, mas retroalimenta o próprio Sistema da Dívida.
4º) A FALÁCIA DA “ROLAGEM” Um dos expressivos fatores que provocam o crescimento exponencial da dívida pública é representado pelo mecanismo da contabilização de grande parte dos juros como se fosse amortização, conforme já denunciado pela Auditoria Cidadã da Dívida13 desde a CPI da Dívida Pública na Câmara dos Deputados (2009/2010). Alguns liberais desconhecem esse mecanismo inconstitucional (fere o Art. 167, III, da CF/88) e criticam o gráfico do orçamento executado divulgado pela Auditoria Cidadã da Dívida, que corretamente soma os gastos com juros e amortizações, tendo em vista que grande parte dos juros é contabilizada pelo governo como se fosse amortizações (ou “refinanciamento”), vulgarmente chamada de “rolagem”. Em 2021, como já mencionado, o custo estimado dos juros da dívida pública federal foi de R$ 618 bilhões, mas o governo somente contabilizou R$ 256 bilhões na rubrica dos juros14, ou seja, cerca de pelo menos R$ 362 bilhões referentes a juros estão sendo indevidamente embutidos na rubrica das amortizações, e são propagandeados como se fossem “rolagem”. O falacioso discurso de que estaríamos apenas “rolando” a dívida dá a impressão de que a situação não estaria se agravando e que essa “rolagem” não teria efeito orçamentário ou econômico, pois rolagem significa a mera troca de título que está vencendo por outro. Na realidade os dados comprovam o contrário: nova dívida está sendo contraída, o estoque está aumentando, e os novos títulos públicos emitidos são consumidos pelo Sistema da Dívida, inclusive para pagar gastos com juros (despesa corrente), e isso não pode ser chamado de “rolagem”. Em 2021, por exemplo, verificamos que quase R$ 1 TRILHÃO de gastos com a chamada dívida nada tem a ver com a chamada “rolagem”, tendo em vista que no mínimo R$ 618 bilhões foram gastos com o pagamento de juros e R$ 291 bilhões de amortizações foram financiados com outras fontes de receita que nada têm a ver com emissão de novos títulos públicos. Além disso, o montante passível de ser considerado como “rolagem” ou “refinanciamento” deve ser considerado no custo do serviço da dívida pública, por isso está somado no gráfico. Quando o governo toma um empréstimo, ele está fazendo uma opção política sobre o que fazer com o dinheiro: investir na sociedade, ou pagar uma dívida repleta de ilegitimidades, que jamais foi auditada com a participação da sociedade civil. Conforme colocado acima, em países desenvolvidos, novos empréstimos são continuamente utilizados para investimentos sociais (inclusive com juros negativos), enquanto no Brasil são utilizados para continuar enriquecendo os muito ricos, o que tem nos condenando à calamidade social, à injustiça e ao atraso tecnológico. Portanto, os que dizem que a “rolagem” ou “refinanciamento” não teria nenhum significado econômico estão tentando evitar o debate sobre como o endividamento público tem prejudicado o país.
- NECESSIDADE DE AUDITORIA COM PARTICIPAÇÃO SOCIAL
O gráfico divulgado anualmente pela ACD incomoda analistas ligados aos beneficiários da dívida pública (representantes de bancos, consultorias e comentaristas de grandes empresas de telecomunicações financiadas por instituições financeiras) que, evidentemente, se recusam a enfrentar o injustificado e sigiloso gasto financeiro com o Sistema da Dívida, e ficam alegando que o problema das contas públicas estaria em gastos com Previdência e servidores públicos. A centralidade da dívida pública é inegável, pois essa dívida está por trás de todas as contrarreformas, teto e corte de gastos, insanas privatizações, funcionando como um dos principais pilares do modelo econômico produtor de escassez em nosso rico Brasil. O conformismo diante do imenso gasto com a chamada dívida pública sem contrapartida em investimentos de interesse do povo e a falácia de que todo o gasto com o Sistema da Dívida seria mera “rolagem” impede o enfrentamento do problema e a mudança de rumo, condenando o país ao atraso e o nosso povo à miséria. Tenta-se silenciar o necessário debate sobre o Sistema da Dívida no Brasil, sob argumentos equivocados (de “rolagem”, ou que bastaria emitir moeda) que se prestam a manter os privilégios dos bancos e grandes rentistas, cujos nomes são inclusive mantidos em sigilo! Por tudo isso, é urgente a realização da auditoria integral dessa chamada dívida, com participação da sociedade, pois a auditoria é a ferramenta que possibilita documentar a ilegitimidade do Sistema da Dívida, que não tem servido ao povo, e virar esse jogo!
- O CONGRESSO ONLINE PODE MUDAR ISSO
Com o Congresso Online já poderíamos ter feito essa auditoria, afinal, é o povo que se auto-representa através do nosso Movimento e não deputados comprados que só vão falar e agir em prol de seus patrocinadores. A realidade do Brasil pode mudar! Só depende de nós! Compartilhe! Chega de depender deste sistema arcaico! A tecnologia nos permite essa representação! Crédito: Auditoria Cidadã da Dívida
Os principais fatores que alimentam o Sistema da Dívida.
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auditoria combinado com congresso online. muito bom.
Gratidão. Lpn!
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